Jussiape nos anos de 1920 Foto: Autimio
Assunção
A Igreja Matriz Nossa Senhora da Saúde, localizada na
Praça Rodrigo Alves Teixeira, no centro de Jussiape, é uma das construções mais
antigas do município que se tem notícia. O prédio de arquitetura religiosa portuguesa
revela a história e a identidade de uma povoação que surgiu em busca de
minérios preciosos no início do século 18. A seguir nove fatos curiosos sobre
sua construção:
1. A construção da Igreja Matriz Nossa Senhora da
Saúde é datada da segunda metade do século 19, entre os anos de 1863 a 1866, e
teria sido erguida por mão de obra escrava; ou seja, quando o Brasil ainda não
tinha abolido a escravidão e era Império;
2. O desenho original do prédio é de arquitetura
religiosa portuguesa, classificado como neoclássico com forte influência do
barroco rococó. No entanto nos anos de 1970, a capela sofreu uma intervenção na
sua arquitetura, o que ocasionou a perda das suas características originais;
3. Até o início da segunda metade do século 20, a capela
mantinha um adro guarnecido de uma mureta. Além de apresentar uma capela-mor e duas
sacristias (mantidas até hoje em suas laterais), havia também três portas
superpostas por igual número de janelas;
4. No ano de 1866, chegava à Fazenda do Gado a imagem
de Nossa Senhora da Saúde, que segundo tradição oral, teria sido doada pelo major
José Joaquim da Silva Júnior. A santa teria vindo de Portugal e trazidas por
tropas até Jussiape;
Imagem de Nossa Senhora da Saúde Foto: Will Assunção
5. A primeira missa com a presença da imagem de Nossa
Senhora da Saúde foi celebrada pelo padre Paranhos, no mesmo dia da chegada da
imagem;
6. Em 1866, o altar-mor da Igreja Matriz Nossa Senhora
da Saúde de Jussiape teria sido conduzido por tropas até Jussiape, segundo
registros históricos;
7. O seu altar-mor é único no mundo, segundo o Inventário
de Proteção do Acervo Cultural da Bahia, e é inspirado na Colunata de S Pedro
de Roma. O altar que, de acordo com pesquisas recentes, teria vindo diretamente
de Portugal está incompleto, se comparamos a sua estrutura integralizada,
pois, segundo consta a tradição oral, a parte adjacente do altar não coube na
capela. No entanto seu destino é incerto e alimenta várias teorias;
8. Segundo tradição oral, o arquétipo do altar veio de
Portugal através de embarcações, atravessando o oceano Atlântico até Salvador,
capital da Bahia. Logo depois foi transportado em lombos de animais até
Bandeira de Mello, povoação do município de Itaeté, no início do século 20, e,
de lá seguiu, conduzido por tropas, até a Fazenda do Gado, hoje Jussiape;